Cada Vez Mais os Bilionários Compram Bitcoins

Alertamos que esta postagem não tem o intuito de incentivar a compra ou o investimento em qualquer tipo de criptomoedas/criptoativos.

Já publiquei por aqui algumas postagens sobre a mudança de mãos (ou de carteiras/wallets) que está em curso no ecossistema do Bitcoin. Estas mãos pertencem a empresas que em boa medida são conhecidos no mercado como investidores institucionais. Via de regra eles são conceituados como gestores de recursos de terceiros com bolsos bem cheios. Existem lendas no mercado financeiro, como Buffet nos Estados Unidos e Luis Barsi no Brasil que cuidam diretamente e muito bem dos seus investimentos, mas boa parte dos bilionários espalhados pelo mundo afora deixam essa tarefa nas mãos de gente especializada, os investidores institucionais.

Existem tipos diferentes de investidores institucionais, os mais conhecidos são fundos de investimento (também chamadas de Assets que se dividem em fundos de ações, de renda fixa, imobiliários, cambiais etc.) sendo que muitos sequer estão disponíveis para pequenos investidores nas prateleiras dos bancos e corretoras, fundos de pensão (Exemplos: Previ/ BB e Postalis/Correios), seguradoras (que cobram as parcelas do seguro e precisam deixar o dinheiro alocado em algum lugar que ofereça bons rendimentos para pagar os sinistros no futuro), bancos (onde fica boa parte do dinheiro existente numa economia) e family offices. O que eles têm em comum é a questão da institucionalidade, ou seja, todos têm um CNPJ, o adjetivo institucional vem de instituição. Eu, por conta própria, incluo neste mundo dos investidores institucionais as empresas que, sem perder o foco na atividade principal, tem excesso de recurso em caixa e alocam parte dele para ativos financeiros.

A grande diferença entre você (que está perdendo seu tempo lendo isso) e um investidor institucional é que você pode vender sua casa e comprar bitcoins com o dinheiro da venda (não estamos recomendando que faça isso!). Trocando em miúdos, se você quiser concentrar toda a sua alocação num único ativo e de altíssimo risco, poderá fazê-lo por sua conta e risco (e ressaltamos novamente, não estamos recomendando que faça tal coisa). Já o investidor institucional trabalha para terceiros (gente com muita grana) e opera dentro de limites de exposição (onde pode alocar o dinheiro dos investidores), tais como: nível de risco, nível de concentração, onde ou em quais países, volume de alocação em renda fixa e/ou variável, quanto alocar em ativos de alto risco, quais prazos etc. Além disso terá que apresentar relatórios e dar explicações periódicas aos investidores cheios de dinheiro correndo risco de serem trocados por um concorrente, já que é um segmento disputadíssimo do mercado financeiro. O investidor institucional movimenta muito dinheiro, em grandes mercados como é o caso dos Estados Unidos, lidam com dezenas de bilhões de dólares.

E cada vez mais esses investidores institucionais estão olhando, pensando e alocando parte dos recursos sob sua gestão em criptoativos, basicamente concentrados no Bitcoin.

Para termos uma ideia do nível atual desse cenário, com base em dados do site bitcointreasuries separamos alguns dados listando os 5 maiores controladores de bitcoins por segmento (pessoa jurídica e física, de capital aberto ou fechado e institucionais). Para facilitar as contas arredondamos o preço do bitcoin na data de 22/05/2024 para USD 69.500,00, o preço do dólar para R$ 5,15 e separamos subtotais por segmento. Quem tiver interesse pode consultar a lista completa diretamente no site da fonte acima citada (link no final da postagem).

O destaque entre as empresas privadas é a MicroStrategy que já foi tema de outras postagens nossas pelo simples fato de ser isoladamente a dona de mais de 214 mil bitcoins superando a quantidade controlada (de apreensões) até pelo governo dos Estados Unidos (213.2 mil) e perdendo “apenas” para 2 investidores institucionais (que juntam recursos de vários investidores), a Grayscale e a Ishares. E neste segmento é disparado a maior detentora de bitcoins superando de longe a segunda colocada que controla “modestos” 17.6 mil bitcoins. Em reais os 214.4 mil bitcoins equivalem a quase 78 bilhões (não é recomendação, mas alguns diriam que investir em ações da MicroStrategy é se expor ao bitcoin de forma indireta).

A tendência é que os ETF’s e fundos continuem sendo os grandes controladores de bitcoins considerando que pegam recursos de vários investidores, em tese, tem mais recursos para investir.

Entre as empresas privadas, que não são listadas ou negociadas em bolsa, a liderança é ocupada pela empresa Block One especializada em softwares para Blockchain com 164 mil bitcoins em carteira, seguida de perto pela conhecida MTGOX, de triste memória para muitos incautos. A empresa japonesa entrou com pedido de recuperação judicial na justiça japonesa, mas ainda existe. Na prática é uma empresa falida, mas que ainda controla uma boa quantidade de bitcoins.

Um ranking interessante é dos governos que controlam boa quantidade de bitcoins. Estados Unidos e China, as duas grandes potências controlam respectivamente 213.2 mil e 190 mil bitcoins. Em seguida, com quantidades mais “modestas” temos 3 europeus (Reino Unido, Alemanha e Ucrânia). Essa quantidade de bitcoins em poder de governos como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido joga por terra uma das grandes falácias que surgia em qualquer roda que abordava o tema até algum tempo atrás e ainda pode aparecer, o de que critpomoedas ou criptoativos são ilegais. Tanto não são que governos mantém bitcoins em seu poder.

O ranking das pessoas físicas é um tanto quanto discutível, isso é certo. Estes dados constam num artigo publicado pela Infomoney (link no final da postagem) que cita como fontes para ranquear as pessoas físicas o próprio Blockchain do Bitcoin e as empresas Bitcoin Treasuries e Arkham Intelligence.

Esta postagem reforça a nossa visão de que cada vez mais grande quantidade de bitcoins estarem a caminho das mãos de grandes investidores incluindo aí os bilionários e as empresas de capital aberto e fechado.

Conforme nossa postagem sobre a quantidade real de bitcoins em circulação (link no final da postagem), desconsiderando os bitcoins que são considerados definitivamente perdidos, atualmente temos cerca de 11.7 milhões de bitcoins efetivamente em circulação dos cerca de 19.5 milhões que já foram emitidos. Estima-se que cerca de 40% dos bitcoins foram definitivamente perdidos por abandono, perda de acesso, perda do equipamento onde estavam armazenados etc. Nesta ótica apenas os 5 primeiros ranqueados de cada grupo controlam cerca de 3.3 milhões de bitcoins entre os 11.7 milhões que estão em circulação. Isso mostra que algo perto de 28.5% dos bitcoins efetivamente disponíveis já estão sob controle dos 5 principais ranqueados de cada grupo (empresas de capital aberto, de capital fechado, investidores institucionais como fundos, governos e pessoas físicas).

Links:

Segundo a notícia abaixo, só nos quase cinco meses de 2024, um total aproximado de 14.6 bilhões de dólares foram alocados numa única cripotmoeda, o Bitcoin. Isso equivale a aproximadamente 73 bilhões de Reais considerando uma cotação de dólar a R$ 5,00. Os fundos focados em criptomoedas já totalizam quase 100 bilhões de dólares em ativos, equivalente a cerca de 500 bilhões de reais.

Outra notícia que sinaliza uma visão que tivemos quando publicamos uma postagem por aqui lá em 2020 sobre a crescente alocação de recursos de grandes investidores para o mercado de criptomoedas.

Deixando claro que não é recomendação de alocação em criptos: Se forem mantidas as condições de temperatura e pressão do Bitcoin com relação a diminuição pela metade da emissão de novos bitcoins a cada 4 anos e a perda dos bitcoins já emitidos chegando perto dos 50% a entrada de gigantes alocando um pequeno percentual poderá (atenção!) gerar algum impulso no preço. Mais compradores num mercado escasso. Não é certeza de nada, apenas uma possível e eventual hipótese.

O preço do BTC em outubro de 2020, quando publicamos a primeira parte da postagem estava na casa dos 13 a 14 mil dólares e hoje o preço anda rondando a casa dos 70 mil dólares.


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