Satoshis com raridade

Como impedir as pools de mineracao ou os mineradores de vender ou separar os satoshis com alguma raridade? Sabem dizer se a ViaBTC dividiu o falor do satoshi épico leiloado por 33,3 BTC na coinEx com os mineradores da pool?

Começando pela segunda parte, acho que somente algum minerador participante do pool poderia esclarecer.

Vale registrar que além de ser um bloco “especial” por ser especificamente do halving, o bloco 840000 teve um detalhe que gerou até um atraso (para investigação segundo a própria ViaBTC) na redistribuição da recompensa aos participantes do pool. O bloco gerou mais de 37 bitcoins em recompensa. Nos 4 blocos minerados anteriormente 3 renderam pouco mais de 1 bitcoin e um pagou menos de 1 bitcoin de recompensa. Somando a recompensa da mineração o total de taxas superou os 40 bitcoins que já renderam uma bela quantia aos mineradores, superior até aos 33.3 bitcoins obtidos com a venda do satoshi específico. Altas taxas não são exatamente surpreendentes, os blocos posteriores também renderam gordas taxas aos mineradores, conforme se nota no print abaixo.


Print parcial retirado em 03 0 6 2024 de: mempool - Bitcoin Explorer

Lembrando que a taxa paga por transação pode ser definida “automaticamente” pelo app utilizado pelo usuário para realizar a transação ou pode ser definida por quem está efetuando a transação. Já houve casos de engano e de pagamento de taxas muito acima do que realmente era a vontade do usuário.

Com relação a primeira parte, pelo pouco que eu entendo a respeito de blockchain do Bitcoin, não me parece que exista alguma possibilidade de bloquear ou impedir a negociação desses tais satoshis genericamente classificados como raros (que são subdivididos por categorias: genérico ou comum, incomum, raro, épico, lendário, mítico, vintage, palíndromo, pizza satoshi etc.).

Atualmente a chance de alguém minerar um bloco isoladamente é mínima, quase zero. E aderindo a um pool de mineração as recompensas ao longo do tempo serão maiores do que a mineração isolada. E ao aderir a um pool o minerador aceita as condições deste pool, que tem gente controlando. O controlador do pool tem que manter uma estrutura para organizar o processo todo criando e atualizando scripts quanto acontece alguma atualização, tem que receber e redistribuir as recompensas etc. Uma mera hipótese é que os pools mais antigos e grandes possam reter esse valor enquanto pools novos tentando crescer possam até oferecer a divisão caso consigam ter sucesso na mineração de um bloco específico, como foi o caso deste halving.

Para concluir vale dizer que esses tais satoshis “raros” nasceram em 2022 com a febre dos NFTs (Non-fungible token), e mais efetivamente a partir do início de 2023. Existe um processo de anexação de uma inscrição no satoshi que não era parte do processo original de emissão dos bitcoins no Blockchain. O processo é relativamente simples, cada satoshi emitido desde o início foi numerado de forma sequencial começando no bloco genesis por 0 até 4,999,999,999. Esses satoshis ditos “raros” surgiram a partir do processo desenvolvido para permitir a criação de NFT’s no ecossistema do Bitcoin. Quem define o que é raro ou não é a comunidade. O que é raro hoje pode deixar de ser amanhã. Provavelmente muitos satoshis raros estão definitivamente perdidos considerando que quase a metade dos bitcoins emitidos já se perderam definitivamente.

Mais detalhes sobre o satoshis raros:

1 curtida

Como o protocolo runes anunciou muito antes que iria ser lançado no bloco do halving? Deve ter pago uma fortuna de taxa para garantir isso ne? Nao acho que foi engano de alguem dessa vez e sim uma verdadeira disputa de runas e ordinals querendo inscrever( serem lancadas)no bloco do halving.Apesar de ainda ser raro acho que cada vez mais veremos as taxas de transações ser maior que a recompensa do bloco, ate pq a recompensa so diminui ne?! Achei estranho esse anuncio da viabtc que enviou, la dizem q distribuiram a recompensa dia 23 com os mineradores mas no X deles o fim do leilao do satoshi epico foi so dia 25, e nao achei mais sobre essa distribuição, muito suspeito. Acredito que pools estejam separando os sats com raridade para leiloar separadamente, soube que a Ocean nao mantém a custódia dos bitcoins recen criados e “repassam” para os mineradores, sabe se alguma outra pool faz isso?

Eu não conheço o protocolo runes e não sei qual é a sua finalidade. Você disse que runas e ordinals estavam disputando a possibilidade de transformar um satoshi (fungível) num satoshi (não fungível). Não me parece sensato ter dois processos disputando a primazia dentro do Blockchain do Bitcoin que tem algumas limitações. Essa é uma das grandes discussões em torno do Bitcoin. De um lado existem aqueles que querem mudar o Bitcoin implementando tudo quanto é tipo de novidade que cada um acha bacana e do outro os puristas que querem manter o Bitcoin mais ou menos como nasceu, e foi mais ou menos desta forma que ele se manteve pioneiramente como o maior disparado entre todos.

Com relação ao anúncio do atraso no pagamento, eu entendi que o comunicado estava se referindo a distribuição da recompensa pela mineração do bloco e das taxas cobradas. Não entendi que também estava se referindo a distribuição da venda do satoshi raro.

Eu conheço muito pouco do processo de mineração e não faço ideia se os mineradores estão “separando” satoshis considerados raros. Me parece que a maioria dos satoshis raros já foi minerada em algum momento no passado e a grande maioria já foi negociada e atualmente deve estar armazenada em alguma carteira digital. Até aonde eu sei os mineradores não conseguem acessar satoshis ou bitcoins armazenados nas carteiras de terceiros (acho que isso seria furto). Os únicos satoshis que os mineradores podem manejar são os que eles próprios mineraram e eventualmente sejam considerados raros, como foi o caso do satoshi minerado no bloco do último halving ou que eventualmente estejam guardados na carteira da mineradora. Se por acaso alguém tiver um satoshi raro que por acaso tenha ido parar na carteira privada de A nenhum minerador vai poder pegá-la para revender.

O Bitcoin é basicamente um livro aberto e qualquer um pode ir lá olhar, conferir, sugerir mudanças etc. Portanto acho bem difícil que aconteçam coisas suspeitas sem que seus mantenedores ou a comunidade (que tem muita gente capacitada nesta tecnologia de olho) perceba.

Lembrando que:

  1. este conceito de raridade surgiu há pouco tempo, durante muitos anos os satoshis não tinham nenhum tipo de valor adicional para ser considerado raro; e
  2. o Blockchain do Bitcoin fica sobrecarregado com aumento de transações gerando aumento nas taxas com atividades que não estavam previstas inicialmente, tais como a inserção ou criação de NFT’s (cuja febre aparentemente está diminuindo e provavelmente muitos que pagaram caro perderam dinheiro) vinculados ao Bitcoin.

Atualização em 09/06/2024

Atualizo a resposta acima, para melhor entendimento geral do processo de busca dos satoshis raros:

Como eu deduzi na resposta inicial, os mineradores não tem condições de “pegar” satoshis raros que já foram minerados e estão perdidos, guardados em carteiras ou sendo negociados em qualquer lugar do mundo. Os mineradores tem acesso única e exclusivamente aos satoshis futuros que possam ser inscritos ou carimbados como raros, como ocorreu com o primeiro satoshi do bloco 840 mil (bloco do halving de 2024).

O processo de busca dos satoshis raros que já foram emitidos envolve a necessidade desses satoshis serem movimentados para verificação de quando foram emitidos e se estão vinculados a um evento especial. Entre outras coisas cada bitcoin e por consequência cada satoshi é irreplicável (um dos fundamentos do Bitcoin). Isso significa que cada satoshi é único e a partir da implementação do Protocolo Ordinals que faz a numeração sequencial de cada satoshi que já foi emitido a partir do bloco Gênesis é possível vincular um satoshi com algum evento, como identificar quais satoshis estavam presentes na transação de compra das famosas 2 pizzas ou de um bloco minerado por Satoshi lá no início do projeto.

O que alguns estão fazendo para tentar localizar satoshis raros é realizar transações o tempo todo comprando bitcoins e checando se algum dos satoshis da transação é raro, se encontrar um ele separa, faz uma espécie de “registro” que é chamado de inscrição no Blockchain carimbando nele algum detalhe que o transforma numa espécie de NFT, revende o restante que não tem raridade e o satoshi raro poderá ser revendido, neste caso por um valor bem maior do que o seu valor teoricamente de face que é de 00000001 porque se tornou raro.

Guardadas as devidas proporções, como explica o artigo abaixo, é mais ou menos como um colecionador de cédulas raras ficar fazendo saques em dinheiro vivo e depositando de volta depois de conferir se encontra alguma cédula considerada rara no montante sacado. No caso dos satoshis o processo é totalmente digital.

Link para o artigo:

1 curtida