Proposta de PoS

Olá pessoal, gostaria de compartilhar com vocês uma ideia que eu estava pensando nos últimos dias, se possível apontem erros e sugiram autenticações nesse tópico, de já, agradeço pela atenção.

Proposta de PoS

O Proof-of-Stake (PoS), semelhante ao Proof-of-Work, é uma mecanismo que busca validar novos blocos, para que sejam incorporados posteriormente ao blockchain.

Como funciona? Quem tiver interesse em se tornar um validador tem que travar uma certa quantidade do token da rede em um contrato, então a rede seleciona alguns deles para validar o próximo bloco, com base em variáveis como quantidade de tokens travados e sua reputação na rede, os selecionados informam se o bloco seria válido ou não válido, dependendo da proporção o protocolo vai considera o bloco válido ou não e vai recompensar, com mais tokens da rede, ou vai punir os selecionados, “queimando” parte dos seus tokens travados.

Exemplo: uma certa rede tem 1.000 validadores, com a exata mesma quantidade do token X em stake (travados em um contrato) e com mesma reputação, a rede seleciona 128 validadores, 98% informaram que o bloco é válido, 0,8% informo que é inválido e 1,2% não respondeu. Os 98% alcançaram uma maioria de 2/3, foi distribuído 50 X proporcionalmente entre eles, os 0,8% perderam 70% dos seu tokens em stake, os 1,2% perderam 30% dos seus tokens em stake.

Problemas com esse mecanismo. O problema dos N postos, Grande parte das redes impõe um limite máximo de oferta do token da rede, deste modo, existe um número finito de validadores que podem atuar ao mesmo tempo na rede, ao ocupar um posto, os posto restantes ficam cada vez mais escassos, essa característica tende a tornar o sistema mais centralizado a média que aumenta a barreira de entrada para novos validadores. O problema da circulação, nesse sistema, é necessário travar os tokens da rede para se tornar um validador, o que por si só já diminui a quantidade de tokens em circulação, além disso, existem incentivos para os validadores quererem aumentar a sua participação na rede, pois assim eles conseguem obter mais do token X e aumentar mais ainda a sua quantidade de tokens em stake, esse sistema faz com que tenha cada vez menos tokens em circulação, a medida que vão sendo pagas as taxas de validação, os validadores tendem a apenas acumular os tokens em stake, o que acaba por causar grande tendência de centralização.

Síntese. Ambos os problemas advém do fato de que o ativo que é necessário para ser um validador é o token da rede, a rede do Bitcoin por exemplo, para ser um validador é necessário poder de processamento, logo, postulando que para esse exemplo os recursos da terra são muito abrangentes, não existe uma quantidade finita da postos que os validadores podem ocupar, não incorrendo no problema dos N postos, além disso, o fato de que para ter poder de processamento é necessário consumir energia, obriga os validadores da rede do Bitcoin a terem que se desfazer de parte dos seu ganhos para continuar com a sua operação, e caso ele queira aumentar ao máximo a mesma, é necessário eles trocarem todos os seus ganhos por mais poder de processamento, não incorrendo no problema da circulação.

Solução. Entendendo a origem do problema, uma possível solução seria um par de moedas, o token principal da rede e o token de stake. Funcionamento, o validadores necessitam fazer stake do segundo token, ao fazer o stake, existe a possibilidade de ser selecionado e obter a recompensa no token principal, ao fazer stake ele perde uma parte do valor que ele tem travado, em uma proporção de 10% a.a. (ao ano),os tokens perdidos são “queimados”, obrigando o validador a ter que trocar o token principal pelo secundário para continuar com sua operação e caso ele queira aumentar ao máximo sua operação, ele terá que se desfazer de toda a sua recompensa. Como se obtém o token secundário? Através de um “leilão” onde são enviadas transações, no token principal, para um contrato, onde a maior transação ganha 50 tokens secundários e as outras transações são estornadas, o contrato gera 50 tokens secundários por bloco, com um reajuste de 20% a.a. Fazendo que exista uma inflação da base monetária do token secundário entre 10% e 20%. O token secundário poderia ser transacionado livremente dentro da blockchain, possibilitando assim adquirir o segundo token em um mercado paralelo, aumentando a sua liquidez.

Exemplo: como seria no Bitcoin? Continuaria havendo o token principal (BTC) e haveria o token secundário (MINE BTC), o MINE BTC seria adquirido em um leilão, quem oferecesse mais BTC levaria 50 MINE BTC, ao botar o MINE BTC em stake, eles são queimados em uma proporção de 10% a.a. Tendo MINE BTC em stake existe a chance de ser selecionado e ganhar a recompensa, que seria 6,25 BTC mais as taxas de transação em BTC divididas entre os validadores daquele bloco. Nesse sistema os validadores seriam obrigados vender parte da recompensa em BTC para continuar com a mesma quantidade de MINE BTC, como MINE BTC tem sua base monetária inflacionária, seria necessário vender mais BTC ainda para continuar com a mesma proporção de MINE BTC e para aumentar ao máximo a sua operação seria necessário vender toda a sua recompensa em BTC, acabando assim com o problema da circulação e como MINE BTC tem sua base monetária inflacionada e é possível comprar MINE BTC da própria rede, sem ser necessário comprar de alguém que já tenha MINE BTC previamente, acaba com o problema dos N postos, pois não existe um número limite de validadores.

Características dessa proposta de PoS:

1° Como o valor do segundo token está intrinsecamente ligado ao fato de ele poder obter mais do token principal, qualquer fraude do blockchain, por parte dos validadores, levaria a uma perda de confiança na rede, o que faria o token principal perde valor e por consequência faria o token secundário perder valor na mesma proporção.

2° Para fraudar a rede seria necessário uma maioria de por exemplo 2/3, 3/5 ou 5/9, dependendo do protocolo não sendo possível fraudar com apenas mais que 1/2.

3° Qualquer tentativa falha de fraudar a rede levaria a uma perda dos fundos de por exemplo 50%, 70% ou 100%, dependendo do protocolo, esse fato pode criar um desincentivo para validadores inexperientes, pois um erro pode levar a grandes perdas.

4° Para ser um validador é necessário ter alguma quantidade do token de stake, conexão constante e um processador que não precisa ser potente, o fato de não precisar de grandes estruturas torna o ato de validar discreto e mais resistente a intervenções.

5° Os custos relacionados a validação são 10% dos seus tokens secundários em stake, custos relacionados a ter uma conexão constante e energia para validar os blocos, o fato dos custos serem pequenos acaba por tornar as taxas da rede mais baratas

6° O token secundário tem uma inflação da base monetária de 10% a 20% a.a. Pois são gerados novos tokens secundários em uma proporção de 20% a.a. Porém, dependendo da quantidade de tokens secundários em stake, podem ser queimados até 10% dos tokens a.a.

7° Nesse modelo de PoS, o token principal da rede passa a ter sua base monetária desinflacionária, o que pode favorecer o token principal como reserva de valor, porém pode prejudicar como unidade de conta, esse processo pode ser desacelerado em por exemplo 20%, 50% ou 100%, fazendo com que parte do valor gasto do token principal no leilão voltasse a rede como um “bônus” na recompensa dos validadores.