Chegamos ao fim de mais um ano. Encerramos nossa modesta contribuição deixando aos 3 leitores assíduos deste site o que deve ser a nossa última postagem do ano, que é a nossa mensagem de Feliz Natal e Ótimo Ano Novo para todos. A não ser que aconteça algo realmente extraordinário no universo cripto pretendemos voltar ano que vem, com o país sob nova direção, ou nem tanto. Como já dissemos várias vezes, não fazemos mais do mesmo e além da já batida frase que citamos acima (em negrito) acrescentamos um ou outro vídeo separando algumas reflexões sobre qualquer coisa afinal de contas o mundo real não é feito somente de criptomoedas, tokens, NFT’s, empreendedores sem noção, golpistas e outras coisas ou pessoas. Uma coisa é certa e vale para todos, o tempo vai passando, não dá ré e os ciclos vão se sucedendo quer queiramos ou não, quer gostemos ou não. A vida começa, acontece e termina em algum momento, ou seja, é um ciclo como tantos outros. E no trecho em que ela acontece depende muito do que queremos e fazemos sem esquecer que às vezes eventos inesperados mudam o rumo para um lado ou para outro, mas faz parte e temos que seguir em frente porque 2023 está logo ali.
Confesso que tenho uma certa predileção para escrever sobre ciclos. Então lá vamos nós. A Terra demora cerca de 365,25 dias para dar um giro completo em torno do Sol. No calendário gregoriano este ciclo demora um ano, ou “arredondando” demora 364 dias. Os dias também são ciclos de 24 horas, período em que a Terra gira em torno do seu próprio eixo. Os 0,25 dias são ajustados a cada ciclo de 4 anos resultando naquilo que se convencionou chamar de ano bissexto e fevereiro “ganha” um dia a mais. Num ciclo de 1 ano temos 12 meses, aproximadamente 52 semanas e 1 dia, 365 dias, 8.760 horas, 525.600 minutos e 31.536.000 segundos que começam, terminam e recomeçam teimosamente. Quem nos presenteou com este sistema de contagem de ciclos foi o Papa Gregório XIII em 1582 e por causa disso o calendário mais usado em todo o mundo é chamado de Gregoriano.
A transição do ano de 2022 para o ano de 2023 também marca o fim e/ou o início de um ciclo, o político. A cada 4 anos um ciclo político acaba e outro começa ou recomeça se houver reeleição. Goste-se ou não do resultado que saiu das urnas teremos um novo ciclo político. Este começo ou recomeço é um daqueles momentos em que temos a opção de escolher se queremos ou não uma ou outra opção. Esta opção depende da soma do que a maioria da sociedade escolheu. Reatar relacionamento com um parceiro que ficou pelo caminho, voltar para um emprego ou prestar serviço para uma empresa onde já atuamos ou visitar lugares por onde já passamos são escolhas controláveis e pessoais, na maioria das vezes. Em algumas situações talvez não seja possível fazer escolhas e temos que nos conformar e nos preparar para podemos fazer escolhas no futuro. A opção de começar, continuar ou retomar um ciclo político, como já disse acima, é fruto da escolha da maioria de uma sociedade. Este novo ciclo político começa com um gostinho de esperança para alguns, de inveja ou decepção para outros e, talvez, tenhamos mais do mesmo. O tempo dirá o que o futuro nos reserva na medida em que os ciclos forem transcorrendo inexoravelmente por nossas vidas minuto a minuto, dia após dia, semana após semana e assim vamos seguindo pelos ciclos que acabam e recomeçam.
No fim de um ciclo de 24 horas que traz a marca da polarização entre o dia e a noite ou entre a claridade e a escuridão seguimos adiante com nossas vidas individuais da melhor forma possível. Mesmo com a polarização existindo desde que o mundo é mundo (bem x mal, bonito x feio, bom x ruim, alto x baixo etc.) talvez os avanços tecnológicos tenham levado a polarização ao estado da arte nos tempos atuais. No moderno mundo da tecnologia e das redes sociais (onde um não existiria sem o outro) coisas claras e óbvias como certo e errado perderam espaço. Alguns duvidam do que é certo e tem certeza de que o errado é o certo, argumentos deixaram de ser justificados e/ou embasados para se transformarem em qualquer coisa que faça sentido naquilo que eles acreditam e não no que é a realidade. Se alguém faz algo que não é razoavelmente aceitável, muitas vezes a justificativa desse alguém e dos que o seguem é dizer que o outro também fez coisa igual ou parecida. Esse mundo tem muitos fundamentos para dar errado. Mas dizem que tudo tem conserto e enquanto existe vida existe esperança. O certo é que todos os que fazem coisas indevidas respondam por isso na medida e/ou no grau em que extrapolaram os limites estabelecidos para que a vida em sociedade transcorra de forma aceitável. As coisas têm que ter alguma organização, seja numa família ou casa, num bairro, numa cidade, num estado, num país ou mesmo no mundo. Não somos ingênuos a ponto de querer que um mundo habitado por seres humanos seja limpinho, cheiroso, gostoso e organizado sem nenhuma falha ou imperfeição. Pensando em termos de polarização não somos ingênuos a ponto de achar que estamos no inferno e tampouco queremos viver no paraíso. Somos o que somos, no fim do dia, da semana, dos meses ou dos anos vamos seguindo em frente para voltar, recomeçar e em algum momento, mesmo não querendo partir desta estação.
A vida é uma estação feita de “Encontros e Despedidas” segundo Milton Nascimento e Fernando Brant.
"Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
Todos os dias …"
