Em tempos de crise não seja otimista nem pessimista, seja realista

Nós podemos viver cada minuto das nossas vidas sem dar a mínima bola, repudiando, ignorando e desprezando a política e o que os governantes prometem, fazem ou deixam de fazer. Também podemos nos converter e escolher um lado, de maneira consciente ou não, e viver feliz dentro dessa bolha. Não importa se estamos vivendo numa bolha, se estamos ignorando as bolhas ou se queremos que as bolhas estourem. Nossas vidas são afetadas pelas decisões, escolhas e omissões dos governantes independente de terem sido eleitos democraticamente ou se tomaram o poder à força.

Se conselho fosse bom não haveria pobreza no mundo. Dito isso tentaremos explicar o título.

Vivemos tempos estranhos, no mínimo preocupantes. Eles acontecem de tempos em tempos ao longo das nossas vidas. Podemos seguir em frente ignorando todos os sinais preocupantes e deixar a vida nos levar. Em outro sentido podemos caminhar tomando precauções em determinados momentos dessa jornada. Me parece que estamos entrando num período onde as decisões que estão sendo tomadas lá no topo da pirâmide pode nos afetar negativamente de forma muito maior do que gostaríamos. Talvez seja hora de desacelerar o ímpeto e se acalmar um pouco. Nesta época não é fácil se isolar do clima natalino, da correria para comprar presentes, das festas em família, do trânsito perto dos centros comerciais, etc. No tempo que sobra neste período de travessia ainda gastamos alguns momentos refletindo sobre o ano que está chegando ao fim. Também aproveitamos para alimentar a esperança num ano novo melhor, esperamos que o novo sempre seja melhor, mesmo que no mundo real o novo nem sempre seja melhor.

Em outras palavras não me parece um bom momento para a tomada de decisões sensíveis tais como alocar recursos para abrir um negócio ou para sair de um emprego. Acho que é um momento que pede prudência. Sinais da economia indicam que não é uma hora boa para se endividar, principalmente se a dívida for indexada e pior ainda se for uma dívida de longo prazo, como a compra de um imóvel. Se a moto, o carro, a TV ou a geladeira puderem aguentar um ou dois anos acho melhor esperar.

Não adianta ignorar ou ter um lado e brigar por ele. As escolhas dos governantes, gostemos ou não de qualquer um deles, nos afetam de forma mais significativa, especialmente nos tempos de crise. Os sinais estão por aí para quem quiser notar. Na jornada da vida superar bem os tempos bicudos que cruzam nosso caminho de vez em quando depende única e exclusivamente de cada um de nós. Os eventuais percalços, e quem já passou por eles sabe disso, atrasam de forma inexorável o futuro melhor que sonhamos nesta época.