Alguns Pensamentos Sobre IA's

Caminhando para o fim, por enquanto, da nossa série sobre Inteligência Artificial, visto sob o ponto de vista de um usuário comum, deixamos algumas considerações pessoais num penúltimo texto. O último ainda está no forno mas é tipo um desmembramento do tema.

Como usuário comum acessamos e/ou brincamos com a IA através de navegadores como Edge e Opera, além do portal que simula um chat com Satoshi Nakamoto, com acesso já disponível para gente pobre e mortal como eu.

É inegável o considerável avanço alcançado por toda o ecossistema das IA’s. A velocidade atual do avanço é tamanha que não dá para acompanhar e/ou saber cada etapa do avanço. Nascem startups a todo momento com foco em algum ponto ligado a IA.

Fazendo um paralelo simplório, assim como o surgimento do Bitcoin só foi possível devido ao avanço da tecnologia, o avanço das IA’s amadureceu com a evolução e suporte pelo atual estágio da tecnologia. Outra semelhança é que nos dois casos os estudos e as tentativas de construção, tanto do Bitcoin como da IA, surgiram após muitos anos anteriores de estudos, pesquisas e tentativas fracassadas ou que não estavam suficientemente maduras. Ou seja, não caíram de paraquedas ou surgiram do nada. Basicamente temos nos dois casos um processo de natureza científica onde é possível testar e replicar o que é apresentado como teoria. Um ponto onde há uma certa divergência entre um e outro é o modelo totalmente aberto do Bitcoin e o modelo razoavelmente aberto das IA’s. Talvez esteja nesse tipo de construção, com base em programas de código aberto, uma das possíveis explicações para o considerável avanço do ponto de vista da codificação nos dois casos.

O atual estágio dos chats baseados em IA são surpreendentes. Mas vamos com calma. Crescem as indicações quanto a uma espécie de empolgação ou da “necessidade” de uma IA entregar respostas. Aumentam citações, principalmente de pessoas que estudam o tema, quanto a uma eventual incoerência e até mesmo a possível entrega de respostas criadas ou inventadas, sabe-se lá como, criando inclusive fontes de referência fictícias.

Esse aspecto mais ousado e criativo das IA’s me parece um grande problema. Cada vez mais se torna necessário que nós, os usuários comuns, tenhamos uma boa e sólida base educacional já consolidada para termos mais condições de identificar respostas coerentes das incoerentes e até das respostas artificialmente criadas. Se avançarmos do atual formato de aprendizado para outro formato baseado no que as IA’s podem fazer por nós podemos ter sérios problemas. Ou seja, se não formos capazes de identificar o que é certo e confiável do que não é, talvez nos tornemos pessoas mal informada porque seremos incapazes de distinguir o que é crível do que não é. Em países como o nosso onde temos sérios problemas no setor da educação esse tipo de problema pode ser um tanto quanto maior.

Guardadas as devidas proporções, o atual trabalho insano que os perfis humanos criados para disseminar mentiras e/ou visões de mundo distorcidas, que não são as melhores para a média da população e atendem a interesses de uma pequena parte (minorias) podem ganhar um nível de sofisticação e de evolução num nível inimaginável com as IA’s “do mal”. Sempre se pode argumentar que facas são mais úteis como ferramenta de cozinha do que sendo usado como arma e que seu uso depende de quem o manuseia. Me parece que os pedidos para parar e reavaliar o avanço das IA’s não estejam recebendo a devida atenção. Para muitas pessoas sair com uma faca no bolso ou na bolsa com intenções que vão além de preparar um prato de comida é desconfortável. Já o uso de um sistema sendo alimentado para espalhar determinadas visões minoritárias e/ou excêntricas pode ser desastroso. Talvez possa até ser feito sem que se saiba a real dimensão do que está sendo feito, entre outros, por inocentes úteis que sempre existirão.

Entre as IA’s que “são aprovadas” em testes de ingresso em faculdades ou em cursos de nível superior como MBA’s e as que não passam nos testes de mesma natureza existe muita coisa para ser aperfeiçoada. As possibilidades advindas do surgimento das IA’s são muito grandes. Apesar do rápido amadurecimento ainda existe muito a ser feito. E se tem um campo onde a evolução é muito rápida, esse campo é o da capacidade tecnológica. É esperar para ver, quem viver verá.

Uma das frases que eu mais tenho lido por aí quando o tema é IA - Inteligência Artificial é que não é a IA (como sistema ou como uma máquina) que vai pegar o emprego de ninguém. Quem vai pegar o emprego é a pessoa que aprender e souber lidar melhor com a IA em relação a quem não se preparar e não aprender a usar a IA em benefício do contratante.