O objetivo aqui é compartilhar alguns dados e mostrar o quanto um lado avançou enquanto o outro ficou patinando, encalhado praticamente no mesmo patamar. Não vamos entrar na questão política, não é o foco. Também não vamos entrar nos detalhes, oferecer justificativas ou mostrar qual deveria ser o caminho. Nada disso, vamos apenas olhar alguns dados, lembrando uma das frases do recém falecido Delfim Neto: “Os números, sob tortura, confessam qualquer coisa”.
A primeira constatação é sobre o comércio entre os dois países. Para cada 1 dólar exportado para lá, importamos algo em torno dos 0,50 cents. E como não poderia deixar de ser, exportamos soja, minério de ferro e seus concentrados (outros minerais agregados que podem ser aproveitados), óleos brutos de petróleo, açúcares e melaços, carne bovina, farelos de soja, celulose, milho não moído, outros produtos para indústria de transformação (que tem origem na produção agrícola, pesca, extração florestal etc. e são transformados em produtos finais. Exemplo: couro) e carnes de aves, nessa ordem, segundo dados de 2023.
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PIB
O PIB bruto é um valor um tanto quanto controverso quando é olhado isoladamente. Mas vamos olhar esse número. Em 2010 a China ultrapassou o Japão e se tornou o segundo maior PIB do mundo, atrás apenas dos EUA. No final de 2023 o PIB da China era de cerca de 17.7 trilhões de dólares e o PIB do Brasil era de cerca de 2.17 trilhões de dólares. O dado que nos envergonha é que até por volta do ano 2000 os PIB’s estavam empatados, perto dos 2 trilhões de dólares para cada lado.
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PIB per capita (por pessoa)
O PIB per capita (por pessoa) é um dado mais revelador da riqueza ou não de um país, sem levar em conta seu tamanho ou sua população. É a divisão do PIB total para cada habitante. Esse dado reflete com mais assertividade o nível de desenvolvimento econômico de um país. Essa corrida do PIB per capita tem nas primeiras posições, de acordo com dados do FMI – Fundo Monetário Internacional em 2024: Luxemburgo, Irlanda, Suíça, Noruega, Singapura, EUA, Islândia, Catar, Macau, Dinamarca e Austrália. A China ocupa a posição 66 e o Brasil a posição 76 nesse ranking. Na disputa direta entre o Brasil e a China e considerando a evolução do PIB ao longo das últimas décadas seria natural que refletisse no PIB per capita. O Brasil segurou a dianteira até por volta do ano de 2015, quando foi ultrapassado e ficou para trás.
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Extrema pobreza
Talvez o dado que dói mais é a questão dos níveis de pobreza. Segundo dados do Banco Mundial a China tinha cerca de 90 milhões de pessoas vivendo no nível da extrema pobreza em 1981. Até hoje nós olhamos para o consumo de insetos e outros animais sob a ótica do exotismo. Talvez, para a realidade deles, tenha sido a razão da sobrevivência. O que fica visível no gráfico comparativo é a curva descendente de um lado e a oscilação do nosso lado. Aumentando de 20 milhões para perto dos 30 milhões entre os anos de 80 e 90. Mais recentemente, no início dos anos 2020, caiu e aumentou posteriormente, enquanto isso, do lado de lá a fome extrema praticamente não existe mais. Agora em 2024, no Brasil, considera-se em extrema pobreza a pessoa que vive com uma renda mensal abaixo de 208 Reais. O Banco Mundial define o nível da extrema pobreza a partir de uma renda inferior a USD 1,90 por dia (equivalente a cerca de R$ 10,50). Levando para uma conta mensal os quase 2 dólares diárias seriam equivalentes a cerca de 310 reais na cotação atual.
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Obs.: vale a pena lembrar que todos sofreram (uns mais e outros menos) os efeitos da pandemia durante os anos de 2020, 2021 e 2022.
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